domingo, 21 de abril de 2013

Missão: Formula Vee

Caros amigos

Voltei a pilotar em 2008 após uns trinta anos parado.
Começou com a conversa com o Zullino no meu escritório. Fui conhecê-lo no autódromo, acompanhado do velho casaco de couro marrom. Naquele dia jurei que não ia andar de carro velho.




Sou volúvel, comprei um Puma 1,9 e me vi no grid da maravilhosa Classic Cup onde fiz amigos novos, trouxe amigos de longa data, andei bem e andei mal. Poucos troféus, mas ... Meu sonho era andar de carro aberto, vento na viseira, vendo o chão de perto e o verde de Interlagos me abraçando.

Nos boxes ao lado a Formula Vee, com o amigo de primeira hora e seu velho casaco de couro, desenhando, falando, convencendo.

Em uma pizza recusei o convite para me envolver como dirigente da Formula Vee Brasil. No mesmo jantar, comprei meu chassi, o 38.

Montei meu Copersucar 30 de vida tão curta.

Erros bisonhos me levaram a procurar uma mãe de santo: "Muda a pintura, meu fio, oio gordo tá sorto".





Virou um Flecha de Prata, Fangio que me perdoe a ousadia, pois andei bem e andei mal esperando melhorar a cada prova mas... Sempre o mas.



Um novo jantar, agora com seu filho Felipe, e não resisti.

Aceitei assumir o comando da gestão da Formula Vee Brasil, uma empresa que tem como finalidade desenvolver uma categoria de automobilismo de competição mundialmente consagrada, escola para jovens, prazer para os mais vividos.

De agora em diante, serei dirigente e piloto, talvez mais dirigente e menos piloto, o tempo dirá o meu caminho.

O que pretendemos :
- Estabilizar a categoria e depois crescer.

Fatores criticos no momento:
- Estabilizar custos, reduzir quebras e aproximar desempenho dos veículos coibindo burla no regulamento.

Temos 50 chassis comercializados, queremos estes carros no grid.
Vamos procurar todos, entender o que falta para que alinhem. Carros de corrida devem correr.

Somos ainda pouco conhecidos para o público. Teremos que desenvolver nossa imagem, temos um belo espetáculo a oferecer, auxiliar na organização do autódromo fazendo-o mais amistoso para que os apaixonados possam ter um dia agradável com suas famílias, ambientes limpos e oferta de serviços como restaurante e cafés.

Por fim, defendo a reaproximação com os que se afastaram. Ouvir, ponderar, corrigir rumos, merecer a confiança. Acredito que temos um prêmio maravilhoso pela frente, consolidar uma categoria de automobilismo muito competitiva, com custos viáveis.

Vamos em frente, terei muito prazer em ter você, que gosta de automobilismo, ao nosso lado rumo a missão: Crescer com a Formula Vee.




domingo, 14 de outubro de 2012

Atrás dos boxes IV

Alguns dias atrás estivemos reunidos com colegas de pista e representantes de diversos clubes do automobilismo de São Paulo para formatar o plano de um final de semana especial no Campeonato Paulista de 2013.

A reunião foi ótima com apoio de todos.

A ideia é neste dia termos as provas tradicionais, mas com premiação especial.

As principais novidades serão exposição de carros antigos de diversos clubes (Ford, Chevrolet, DKW, Puma), shows de música, lanchonetes e mini parque de diversões.

A proxima etapa do projeto será a contratação do profissional que coordenará e venderá o evento para patrocinadores.

Vamos trabalhar e precisamos do apoio da comunidade do automobilismo.

Queremos gente no autódromo, como o que vemos em muitos autódromos, como este aí embaixo...

Tirei esta foto em Le Mans 2011

Creio que é muita pretensão sonharmos agora com algo parecido, mas podemos sonhar com algo melhor do que isto abaixo...

Interlagos em dia de Campeonato Paulista com a arquibancada fechada e vazia

domingo, 16 de setembro de 2012

Planos e política para o Automobilismo Paulista


Amigos do Automobilismo de Garagem

Li hoje no blog do colega de pista Flavio Gomes (mais um dos seus ótimos textos) sua visão sobre o automobilismo no país, sobre a falta de público em um evento tão atrativo como as Seis Horas de Interlagos.

Preciso, realista e triste.

Tive interesse em ler os inúmeros comentários dos seus seguidores, aos quais me incluo.

Quero trazer aqui minha contribuição.

Tenho uma visão de confiança na reconstrução, pois entendo que é o que nos resta fazer. Ou então assumir a morte.

Mas esta não deve ser antecipada, mesmo que o doente seja terminal. Eu acredito, ou como disse o cara há quatro anos, NÓS PODEMOS!

Vamos lembrar alguns fatos bons:

- Os últimos meses foram intensos em fatos, conversas e planos.
Um inusitado patrocínio para vinte Formula Vees nas etapas restantes do campeonato.
O movimento do abaixo-assinado com 318 assinaturas, que foi entregue para a Secretaria de Turismo, com reivindicações objetivas e que caminham para serem atendidas.
- Um projeto de lei, elaborado pelo vereador Floriano Pesaro, que define o Campeonato Paulista de Automobilismo como evento oficial da cidade.
- O crescimento dos grids da Formula Vee e da Classic Cup.

Pois bem, vamos aproveitar os bons resultados, acreditar e evoluir.

Iniciamos as conversas para termos um grande dia em 2013, um dia de Grande Prêmio.

A proposta é trabalharmos para fazer um evento com muitos carros, belas pinturas, atrações para o público, homenagens aos ídolos do passado.

Para celebrar o início de uma nova fase.

Vamos unir forças em torno da FASP e dos clubes, aproximar as categorias, resgatar ideias para o automobilismo paulista, palco de provas fantásticas e fábrica de talentos.

Temos que nos encontrar na pista ou nos botecos, trabalhando para este grande dia, o dia da virada.

Somos capazes de resgatar o interesse da sociedade no automobilismo, somos capazes de trazer público para as arquibancadas, somos capazes de ampliar presença nas noticias de jornais.

Somos capazes porque problemas como este, baixo interesse do mercado, ineficiência operacional, perda de clientes, faz parte da rotina de todos nós que trabalhamos com isso. E resolvemos, não é verdade?

Por que no caso do automobilismo, algo que temos um interesse genuíno, não seremos capazes de resolver?

Mas sem ilusões, trata-se de uma reconstrução, com resultados a longo prazo.

Temos que acreditar que podemos, fazendo o diagnóstico preciso e planejando as ações.

Vamos nesta missão, trabalhar pelo que gostamos?

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Em boas mãos



Há algum tempo decidi migrar para a Formula Vee. Fui contaminado pelo carrinho após poucas voltas no "lotus verde amarelo 38".

O prazer do vento, do cheiro da borracha, de "sentir ser um piloto como meus ídolos" fez minha cabeça.

Decidi montar um que já anda pelo Templo, carenado de Copersucar 30, uma homenagem a Divila e Wilson.

Mas minha felicidade não era plena porque meu coração resistia em abandonar o Puma laranja, que me trouxe de volta para a pista.

Precisava vender, mas o sentimento de abandono do companheiro era forte.

Recebi propostas, mas dei um jeito de negar com elegância.


Era um sábado, final de tarde, quando ligou o companheiro de primeira hora, João Peixoto:

- Macelo (seu sotaque alagoano), tem aqui ao meu lado mais um louco. Ele quer o Puma.
- Se for o Faustino, é dele. E era!

Faustino, "o espanhol", também é da primeira hora. Nos conhecemos em 75, trabalhando para construir e gerenciar um complexo de indústrias no Vale do Ribeira, onde ainda mora. João Peixoto era o médico que nos ajudava a curar as crises. Algumas, pura frescura.

Nossa negociação não durou um minuto.

-Faustino, se quiser, é seu. Para você, entrego meu Puma como um pai entrega a filha no altar.

E assim foi.

- Marcelo, só quero brincar , falou o “espanhol".

Sua estreia foi fantástica, saiu com a criança e trouxe de volta para casa, salva, sem arranhões.

O trio de loucos do Vale do Ribeira está novamente junto no pitlane do Templo. Mais velhos, um pouco mais gastos, mas realizando planos revelados na porta do ambulatório ou consertando a subestação para trazer luz ao clube na noite da Festa do Queijo e Vinho.

Faustino, seja feliz com a Puma.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

De um comentário feliz nasce uma homenagem


Começou em 04 de julho, com apenas um comentário do Ceregatti sobre um grid homenageando os F1 do passado.

"Concordo, Marcelo. Na estreia fiz uma homenagem a Ciro Cayres com o #44, mas só com adesivos, a pintura permaneceu a original. Na próxima (e subsequentes) a homenagem... Quanto à pintura, emulando grandes carros e grandes pilotos, um Formula Vee "Copersucar Fittipaldi" seria o máximo, não é?"

Este comentário me fez pensar. Por que não?


O carro já estava em fase final da montagem, pintado de laranja, minha cor desde que vi nos anos 60 as McLarens da Can Am.
Me reuni com o “conselho da família” e com o meu irmão, conselheiro sobre pinturas de carros.
Decidimos ir em frente, em segredo, que “deveria” ter sido a sete chaves.
Pedi ao Nenê para pintar novamente o carro, com o prata Copersucar (com 5% de azul, formula segredada pela inesquecível Sid Mosca).

O primeiro desenho que fiz para o mestre Nelson foi este
 


E depois de muito conversar, medir, propor, conseguimos!


Número 30, o mesmo da estreia na Argentina

Com este carro levo para a pista toda nossa admiração
Ao Ricardo Divila, que nunca conheci, mas que admiro a distância.
Ao Sid Mosca, que já não está conosco, pela obra prima.
Ao Wilson , pela coragem.
A eles!

Este carro estará na pista dia 4 de agosto, na próxima etapa da Formula Vee em Interlagos.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Conversas de pitlane

Foi em um sábado de Campeonato Paulista, conversávamos no pitlane sobre a pintura dos carros da Formula Vee.

Um grupo de apaixonados se entusiasmou pela possibilidade de ver estes carrinhos com pinturas semelhantes aos F1 antigos.

Imagino que não seria necessário repintar o carro e nem a assistência de um artista decorador. A ideia é simples e um dia, se houver adesão, teremos um grid cheio de carros que lembrem os do passado. Basta a cor e alguns adesivos que custam menos que um engradado de cerveja.

Já temos alguns carros assim, as Lotus de Jim Clark e Graham Hill estão no grid com frequência nos carros do Eduardo.

Lotus



Brevemente poderemos ter o carro de Bruce, a McLaren laranja, pilotado por um P.Revson cover.

Mclaren








E porque não Stewart com sua Matra, Peterson com sua March bico de rinoceronte, Brabham com sua Cooper?

Cooper

Quem terá a ousadia de vir de Ferrari com Surtees, ou um tributo a Bandini? 
Bandini e sua Ferrari

Uma bela homenagem será um Copersucar Fittipaldi.Afinal, com um unico Vêe, estaremos lembrando de Sid Mosca, Divilla, Wilson e Emerson.Porque não?
Fitti 01




Já temos vários carros com pinturas homenagem, por que não ampliar o bom gosto? Imaginem uma foto para divulgar, todos no grid e uma equipe da tv gravando e virando matéria?



Estas conversas aconteceram no pitlane de um sábado e lembrem, conversa de sábado é seria. Sábado não é domingo, assim como feijoada não é macarronada. Domingo a gente faz e desfaz, para esquecer na segunda-feira.

O que vocês acham deste movimento? Vamos posar para a foto?

segunda-feira, 25 de junho de 2012

A lei de Gerson

Amigos do automobilismo

Há alguns dias soube de um episódio no Campeonato Paulista de Marcas, que envolveu inspeção de motores, desclassificação de carros, anulação da desclassificação, demissão de comissário técnico, um verdadeiro samba do criolo doido.

Pensei: “qual teria sido o troféu que compensaria tamanha lambança?”.

Aos poucos, percebi que o troféu em disputa devia ser igual a um dos poucos que tenho em casa, conquistado sem público, sem aplauso e sem nome nos jornais.

Disputado com poucos ou nenhum.

Mas ganhei legitimamente e uso para inflar meu ego ao falar repetidamente aos amigos cansados de ouvir minhas aventuras durante a rodada de chopp. Só eles me aguentam.

Por isso, fiquei me perguntando para que serve um troféu conquistado sem disputa, burlando o regulamento. Não seria nem igual ao meu, que já não serve pra muito.

Eu, aos menos, mereci ganhá-los e encho o peito para contar aos amigos.

Qual é a diferença entre uma vitória burlando o regulamento e aquela que podemos comprar no ferro velho (muito mais barata e segura)? Uma melhor relação "tamanho da mentira aos amigos/gasto na conquista do troféu”. As duas são mentiras.

Ao ler que o comissário técnico havia sido dispensado das suas funções, pensei: “para que serve um comissário técnico em uma prova de fim de semana amadora, sem público e sem história?”. Serve para inspecionar se estamos mentindo. Para nós mesmos e para os amigos (Não se preocupem com eles, aceitam nossas mentiras numa boa, já que amigo é para isso mesmo).

Não tenho conhecimento se burlaram ou não o regulamento, nem desejo saber. Para mim soa estranho existir a hipótese de alguém desejar se auto enganar, levando para casa um troféu que não é seu, conquistado em uma provinha de final de semana, cujos competidores eram jovens ousados e coroas como eu, já gastos pelo tempo. Era apenas diversão.

Creio que na minha ingenuidade ou safadeza, eu optaria por outras mentiras para falar aos amigos. Mentira com M maiúsculo, como ter ganhado na loteria e perdido o bilhete, ser sondado para ser ministro e recusado porque não gosto de chefe mulher, ou a mentira suprema, ter sido convidado pela Madonna para conhecer a sua cama e ter recusado, mandando um bilhetinho: “mocinha, só como filé mignon!”.

Mentir aos amigos é fácil, mas para o espelho... Hum. Então escute com atenção o que ele fala.